Igreja Matriz de Almofala completa 300 anos! conheça sua história

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Igreja Matriz de Almofala completa 300 anos!


Igreja sendo redescoberta
Igreja na atualidade

 Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Almofala

PROGRAMAÇÃO
Dia 05/08/2012 – Domingo Inicio da festa
19h. Hasteamento da Bandeira e Missa
Noitários: Irmãs, MESC e Conselho Econômico.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Dom Benedito
Eventos: Show dos Cantores de Deus

Dia 06/08/2012 – Segunda feira
19h. Primeira Novena e Missa
Noitários: Irmãs e Comunidades Indígenas e Assentamento.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Pe. Francisco das Chagas (Chaguinha)

Dia 07/08/2012 – Terça feira
19h. Segunda Novena e Missa
Noitários: Irmãs e PJ. Camboa, Barro Vermelho e Alto Alegre e
Escola Francisco Alves Neto.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Pe. Raimundo Nonato Magalhães

Dia 08/08/2012 – Quarta feira
19h. Terceira Novena e Missa
Noitários: Irmãs e Comunidades Trapia, Comondongo, Cedro e Macacos.
Patos, Morro dos Patos.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Pe. Eudes de Acaraú

Dia 09/08/2012 – Quinta feira
19h. Quarta Novena e Missa
Noitários: Irmãs Legião de Maria e Grupo de Idoso Agripino de Souza.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Pe. João Batista Lourenço 


Dia 10/08/2012 – Sexta feira
19h. Quinta Novena e Missa
Noitários: Irmãs, Catequese 1ª. Eucaristia e Crisma, Comunidades; Patos e Morro dos Patos.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Dom Odelir José Magri, mccj, Bispo de Sobral

Dia 11/08/2012 – Sábado
19h. Sexta Novena e Missa
Noitários: Irmãs e Comunidades Sítio Alegre, Morro do Comum e Escola Raimundo José Praziano.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Pe. Aldo Teixeira Braga e , Pe. Francisco Marques

Dia 12/08/2012 – Domingo
19h. Sétima Novena e Missa
Noitários: Irmãs e Associações Comunitárias e Escola Maria Clarice de Andrade
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Pe Leonardo

Dia 13/08/2012 – Segunda feira
19h. Oitava Novena e Missa
Noitários: Irmãs e Comunidades Torrões, Lameirão, Vila Tapera, Varjota e Batedeira
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Pe. José Wilson Freitas

Dia 14/08/2012 – Terça feira
19h. Nona Novena e Missa
Noitários: Irmãs, Funcionários Publico, Fazendeiros, Comerciantes e Pescadores.
Coral: Ministério de Musica
Celebrante: Dom Antonio e Concelebrastes.
Pe. José David Martins da Silva
Pe. Raimundo Adelino Torres
Pe. Francisco Aureliano Alves de Sousa
Pe. Antonio Simplício de Andrade
Pe. José Maria de Carvalho
Pe. Luis Carreira Varão
Pe. José Raimundo de Oliveira
Eventos: Show de Frei Ricardo

Dia 15/08/2012 – Quarta feira Dia da Festa
08h. Missa Solene Pe. Afonso
Liturgia: Irmãs e Legião de Maria
Coral: Ministério de Musica
09h. Batizados
17h. Procissão saindo da Igreja Santa Rita
Coral da Procissão: Grupo Santa Rita
18h. Missa de Encerramento Pe. Ailton
Liturgia: Irmãs Franciscanas e MESC
Coral: Ministério de Musica
Observação: Liturgia Diária Para Todos os Dias.

Igreja de Almofala e suas Fases


O Pe. José Borges de Novais, auxiliado pelos Índios Tremembé, mais ou menos por volta de 1697, construiu de taipa e coberta de palha, a primeira capelinha. Exatamente onde se ergueu o vetusto e pitoresco templo consagrado a Nossa Senhora da Conceição de Almofala e inaugurada em 19 de Outubro de 1712. Sendo próxima ao mar, e situada numa grande região de dunas, não foi empecilho para que a vila crescesse.

A igreja Nossa Senhora da Conceição de Almofala e sua resistência contra o tempo e suas fases



Pontos Turísticos de Almofala


A Igreja de Almofala

O Pe. José Borges de Novais, auxiliado pelos Índios Tremembé, mais ou menos por volta de 1697, construiu de taipa e coberta de palha, a primeira capelinha. Exatamente onde se ergueu o vetusto e pitoresco templo consagrado a Nossa Senhora da Conceição de Almofala e inaugurada em 19 de Outubro de 1712. Sendo próxima ao mar, e situada numa grande região de dunas, não foi empecilho para que a vila crescesse.
Em 1897, os ventos marinhos começaram a soprar levando areia de uma duna móvel. O leste da capela começou a cair, sofrendo pelo peso de uma enorme quantidade de areia que também avançava por toda vila. Visto como um fato sem solução na época, já que o avanço de areia se fazia constante a vila passou a perder habitantes, enquanto o salgado pó marinho transformava Almofala em cidade fantasma, e corria para dentro da igreja até soterrá-la por completo. Durante 45 anos, permaneceu soterrada a nobre igreja. Onde visitada vez ou outra para ver o capricho do vento que deixava uma parte de sua torre à vista. Todo material de cobertura já arriada e destruída. A beleza de alvenaria barroca, no entanto resistente foi preservada e em 1941 a duna começou a ser retirada concluindo para sempre o trabalho em 1943.
Essa é a primeira Igreja construída no Estado do Ceará em honra a Nossa Senhora da Conceição, e a segunda mais velha. É de uma beleza única, construída de alvenaria em estilo barroco raro. Foi tombada e recuperada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1979 (1982?).

As Praias Nativas

Em perto é o oceano majestoso e murmurante. São os verdes mares bravios imensuráveis campo de labutas do pescador afoito e confiante, pontilhado de velas enfunadas e brancas, semelhantes a enormes gaivotas, em voos rasantes sobre a esteira verde das águas buliçosas. As ondas, às vezes se levantam, em vagalhões gigantescos, uivando e branindo, como feras na ânsia de sair da jaula pra a liberdade. Outras vezes quase serenas rendilhadas de espumas luzidia, lembram sereias colossais, vestidas de maiôs de alvíssima cambraia, que vem se deitar na areia movediça daquela praia vasta, pitoresca e fascinante.

Os Tremembés

O cacique João Venança é hoje o líder dos tremembés de Almofala, Ceará. Esta localidade, apesar de todos os percalços, foi uma das poucas nas quais eles conseguiram prosseguir com suas tradições, como o ritual do torém, e seu modo de vida ligado ao mar. Segundo o Pajé Luiz Caboclo, o nome Tremembé vem dos ‘tremedáus’, espécie de córrego de lama movediça, coberto por escassa água. Os Tremembés são excelentes artesãos: com a palha fazem chapéus, bolsas, urus e outros; e com conchas e búzios criam variados tipos de colares e pulseiras. As mulheres fiam o algodão e, em sistema de mutirão, em teares feitos pelos próprios Tremembés, produzem redes, roupas, redes de pesca e outros artigos necessários à comunidade. Pintam as paredes de suas casas com tintas feitas do toá – argila natural retirada do leito dos rios e, entre os temas reproduzidos estão à representação do mangue, plantas como o cajueiro, bichos, paisagens e cenas da vida social e do ecossistema.

O Projeto Tamar

Para proteger os animais capturados incidentalmente em currais de pesca, redes de espera para peixes e caçoeira para lagostas, o Tamar instalou, em 1992, sua base em Almofala, a única no Estado do Ceará. A ação do Projeto envolve a população local, de aproximadamente 36,5 mil habitantes, distribuídos em sete localidades de dois municípios (de leste para oeste): Torrões, Almofala, Porto do Barco, Guajiru e Farol, em Itarema; Volta do Rio e Espraiado, em Acaraú. No total, a base monitora 40 km de praias, além de locais de desembarque, venda de peixes e mercados públicos.



No Assentamento, temos o turismo comunitário em que vemos o produto construído pelos assentados: Exemplo o Cajueiro Precoce, a Macaxeira, a Mandioca, a Casa de Farinha, os Roçados de Milho e Feijão, a Melancia, o Melão Japonês, o Abacaxi, o Jerimum e Hortaliças.

Igreja dos Patos
O nome Patos surgiu em 1889 com a fundação da fazenda, numa referência aos gigantescos marrecos que povoavam a região. Os animais que mais pareciam com patos aves típicas do semi árido nordestino eram presas fáceis dos coronéis José Gomes e Frederico de Andrade, de origem sobralense, considerados os primeiros moradores da região. Historiadores contam que eles foram responsáveis pela fundação da vila, um lugar rico em fauna e flora, bom também para a atividade pesqueira. Refúgio selvagem cercado de mares, coqueiros, manguezais, rios e até mesmo de mistérios, Patos fica a 28 km quilômetros do perímetro urbano de Itarema.

Morro da Criminosa
Segundo contam que havia uma lagoa do lado Oeste da Igreja, cerca de 500m, após o cemitério atual, que em período chuvoso ficava com uma grande profundidade e um Senhor, ao tentar atravessar a nado, acabou morrendo afogado. Os moradores próximos da Lagoa passaram a chamá-la de Lagoa Criminosa. Com o passar dos anos o Morro também soterrou esta lagoa e passou a ser chamado de Morro da Criminosa.
Escalando este suposto fragmento do morro da criminosa, constatamos que ele deve fazer parte realmente da duna que cobriu a Igreja, pois do cume pode-se ver toda a Região a uma distância de pelo menos cinquenta quilômetros, não há outro morro a não ser alguns que estão muito próximo do litoral, mas não coincide nem o itinerário e nem o material que o compõe.
O que objetivamos com essa observação é que o fragmento do morro da criminosa deve medir aproximadamente uns vinte cinco metros de altura desde o seu cume, metragem que se aproxima da altura da torre da Igreja. Sendo comprovada minha tese, gostaria que fosse incluído como parte histórica de Almofala e além de ser somado com os demais pontos turísticos que já existe na Região.
O mesmo encontra-se na localidade do Morro do Comum a uma distância de três quilômetros da Igreja, está cercado, impedindo uma visitação em massa, cabe às autoridades locais incluí-lo na rota turística da capela, aos visitantes que a procuram.
(Por Antonio Marcos Muniz Graça, Professor Almofala 31/03/ 2012).

Almofala e suas Lendas


 1ª. IGREJA DE TAIPA E PALHA.
Uma das lendas que existe entre os Tremembé, é que seus descendentes ainda acreditam, que uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição, foi encontrada na praia, por índios daquela tribo, que estavam pescando, e que ficaram maravilhados. Um deles guardou a pequena escultura em sua oca, com muito cuidado e veneração.  No dia seguinte, porem, a santinha havia desaparecido. E depois de um dia de buscas, foi encontrada de pé, na areia de Almofala, a meio quilômetro do mar. Nunca se soube quem ali a pusera. Os índios viram na estranha ocorrência uma intervenção do Além; fizeram ali mesmo uma palhoça sobre a pequena imagem que passaram a venerar. E quando o Pe. José Borges de Novais, auxiliado pelos mesmos indígenas, construiu, de taipa, a primeira capelinha, o fez no mesmo local onde a imagem fora achada, exatamente onde hoje se ergueu o vetusto e pitoresco templo consagrado a Nossa Senhora da Conceição de Almofala, e tão frequentemente visitada por gente de perto e gente de longe.

A LENDA DO NOME DE ALMOFALA
Contam que três índios estavam conversando, um perguntou aos outros, vocês escutaram essa voz? Os outros responderam não. Um falou, parece voz de alma, outro respondeu e alma fala? Um respondeu, só se nessa terra alma fala. Daí ficou conhecida por terra que alma fala.
Segundo os estudiosos da lexicografia, a palavra Almofala é portuguesa, de procedência árabe – Al mohala – que significa aldeola e lugar onde se mora durante algum tempo. O dicionário Aurélio Buarque igualmente dá á Almofala o significado de acampamento, arraial, etc.

A LENDA DA MÃE COBRA.
Na chegada dos primeiros Padres Jesuítas em Almofala, logo foi iniciada a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Aracati-Mirim. Almofala porta aberta para a civilização, terra rica e fértil, banhada pelas águas do Aracati-Mirim e rodeada de lindas lagoas cheias de peixes e aves, com as margens enfeitadas por verdes capinzais. Uma dessas lagoas ficou conhecida por Lagoa da Criminosa. Conta-se que na época uma moça da família dos brancos europeus, ficou grávida e passou o tempo todo escondendo a gravidez da família e de todos da comunidade. Pois naquele tempo havia um preconceito muito grande, pois na família que acontecia uma gravidez incorreta a filha seria desertada e os pais lhe abandonariam para sempre. Conta-se que esta moça, no dia em que estava sofrendo as dores do parto, pra família não desconfiar de nada, foi até a lagoa onde ficava um pouco distante do povoado de Almofala. Chegando lá deu a luz a uma linda criança que acabando de nascer, foi jogada dentro da lagoa para morrer afogada. Como não foi vista por alguém, nunca seria descoberto o crime que praticou.
Com o passar do tempo os pescadores, que sempre pescavam naquela lagoa, passaram a ouvir choros estranhos de uma criança como se estivesse se afogando e pedindo socorro por alguém para salvar. Os pescadores ouviam o choro olhavam para um lado e outros nas margens da lagoa puderam observar que o dito choro lamentável era de dentro das águas daquela dita lagoa. Chegavam até procurar, se era de alguma criança perdida no capinzal sobre as margens da lagoa e nada de encontrar. Muita gente com medo, quando souberam do acontecido, deixou de tomar banho e muitos pescadores não iam pescar mais ali com medo daquele choro lamentável. Um dos velhos pescadores da lagoa foi se confessar e contou para o padre que tinha ouvido um choro de criança dentro das águas da lagoa que já estava ficando assombrada para o povo. O padre ao ouvir a história disse ao velho pescador que fosse pescar e o que ele pescasse no primeiro lance da tarrafa lhe trouxesse até a igreja. O velho obedecendo ao sacerdote foi à lagoa e jogou a tarrafa na água, e do primeiro lance quando puxou veio uma cobra malhada na tarrafa que foi imediatamente levada para a igreja, onde acontecia a missa e o padre mandou o velho pescador soltar a cobra no meio do povo, que saiu andando entre o povo. Ao ver uma mulher sentada em um dos bancos próximo ao altar, a cobra subiu até seu colo, muita gente com medo ia saindo da Igreja, mas o padre disse que a cobra queria apenas mamar, e que a mulher botasse o peito para fora. O padre trouxe água benta e jogou por cima da cobra que se transformou numa bela criança. O padre batizou e assim que recebeu o sacramento do batismo a criança morreu no colo de sua mãe. Por causa deste crime é que a lagoa ficou conhecida até hoje por Lagoa da Criminosa. Hoje não existe mais esta lagoa, porque na época do soterramento de Almofala esta lagoa foi totalmente soterrada pelas areias das dunas.

A LENDA DO IATE.
Nas praias de Porto dos Barcos e Almofala, há muitos e muitos anos os índios daquela região contam uma lenda sobre a história do Iate que vinham assombrando os pescadores da região Itaremense. O Sr. Felix um pescador velho que tem a pele queimada pelo sol forte do mar, desde criança vem pescando nas águas do oceano atlântico. Certa vez ele foi despescar uns  manzuás em uma pescaria feita por ele e seus companheiros. Ele contou que alguns pescadores saíram para o mar por volta das três horas da tarde para que pudessem chegar no local mais cedo e escolhessem um lugar para atracar o barco. Chegando no local da pescaria, fecharam o pano e trataram de pescar com seus anzóis, as águas estavam escuras e o mar de rolação. Conversando uns com os outros de repente os pescadores olham em alto mar e avistaram uma embarcação que vinha do mar para a terra, a pescaria estava boa, eles estavam pegando muitos peixes, e conversa vai e conversa vem, já era muito tarde da noite, olharam e avistaram aquele Iate muito bonito que vinha em direção deles, o mestre Felix disse não temos com que faça fogo, é melhor puxar o ferro e correr ou o Iate vai nos barroar, pois ele vem em nosso rumo. Os pescadores estavam conversando quando olharam viram a iluminação do barco já bem próximo deles. Então levantaram o mastro e abriram o pano e correram rumo a terra. Os pescadores sempre de olho no Iate, num certo momento ouviram gente falar e sorrindo bem alto e vindo em direção deles. Até que o Iate passou muito perto deles que sentiram o mar revoltado pelas ondas daquele grande barco. Daqui a pouco olharam e não viram mais nada, ninguém viu onde se meteu aquele iate que vinha em direção dos pescadores. Seu Felix que não tinha medo de nada ficou perturbado, pois não avistou nem se quer as luzes que clareava tudo ao redor e também não se sabe onde aquele barco entrou. Os pescadores depois que viram o dito Iate, não conseguiram pegar mais nada, parece que todos os peixes tinha sumido do mar. Rumaram o bote para casa e foram todos  embora pensativo  naquilo que havia visto em alto mar.

A LENDA DA SEREIA.
A Sereia é um ser fantástico dos mares e oceanos que canta e encanta os navegantes. Seu canto parece uma sirene, um sopro da brisa. Dizem que quem ouve o canto da sereia fica fascinado por ela e pode até se afogar ao tentar segui-la.  Sua forma é um mistério: metade mulher, metade peixe. Os cabelos são longos, cor de coral. A cauda esguia movimenta-se com graça quando ela nada. Contam que em Almofala, localidade situada no litoral de Itarema, um Índio da tribo dos tremembés chamado “Jeriguari”, via uma sereia surgi e desaparecer nas ondas do mar. Essa visão, porém só acontecia em noites de lua cheia. Jeriguari mostrava a sereia aos seus amigos indígenas, mas só ele conseguia vela. Uma noite Jeriguari estava olhando fixamente pra o mar quando a sereia apareceu com mais nitidez e veio vindo até onde a água era rasa. Os dois ficaram se olhando por algum tempo, deslumbrados. Ambos conversaram bastante, a sereia começou a cantar uma canção suave, uma canção de embalar sonos e sonhos. E ali o índio dormiu. De manhazinha Jeriguari acordou atordoado, olhou em volta, mas viu que estava só. Não sabia mais se realmente tinha encontrado uma sereia, ou se tudo não passava de um sonho. Voltou para a tribo, muito triste de uma tristeza saudosa. A tarde foi ao mato caçar com os amigos, mas não contou nada pra eles. Depois disso, toda a noite de lua cheia Jeriguari voltava à praia e ficava escondido atrás de um tronco de árvore do mangue vermelho, olhando para o mar na esperança de ver novamente a bela sereia.

A LENDA DA CRUZ MAL ASSOMBRADA.
Conta-se muito antes da construção da Igreja de Almofala, veio de Portugal um frade para catequizar os índios e os filhos dos colonos europeus. O frade se chamava Frei Jorge do Amparo. Ao desembarcar em Almofala ficou residindo em uma choupana de palha e taipa construída pelos Tremembés nas margens do Aracati-Mirim.
Frei Jorge e os Índios ergueram um pequeno nicho para o abrigo de Nossa Senhora da Conceição – Padroeira dos Tremembés. Certa vez numa noite fria e chuvosa iluminada pelos relâmpagos e sonorizada por trovões, um velhinho encharcado, humilde e tremulo, com voz doce e triste, bateu a porta do casebre, suplicando agasalho por uma noite. Um leigo que convivia com Frei Jorge estava na porta do casebre, zangado com a atitude do velhinho recusou hospedagem e mandou que fosse dormir em uma latada ao lado do nicho, ou mesmo embaixo de uma árvore que ficava a margem do rio, não deu mais atenção ao pedinte e fechou a porta. Cambaleando o velhinho seguia estrada a fora sobre a chuva e o relento da noite, caminhando em busca de um abrigo a onde pudesse ficar. A chuva era forte e os relâmpagos riscavam os céus que clareava todo o caminho lamacento e longe de uma moradia.  O pobre velhinho não resistindo o frio, o cansaço tombou pela estrada sem vida. Ao amanhecer o dia foi encontrado por alguém que vendo o corpo do velhinho deu-lhe a sepultura ao lado daquela estrada que ligava de Almofala para a lagoa seca. No local, onde morreu o velho colocaram uma cruz, onde muitas pessoas vinham rezar para a alma daquele velho que havia morrido na mais triste solidão.
Depois de muitos anos  os moradores da região começaram a ouvir choro e maldizências, que surgiam da cruz, fazendo os moradores ficarem assombrados. Muita gente que passava no local depois da meia noite ficava assustada com o que ouvia, chegaram a ver um velho de barbas e cabelos brancos chorando ao pé da cruz e lamentando o abandono humano. Quando se espalhou aquela noticia por toda a vizinhança o leigo que havia lhe negado agasalho ficou arrependido e contou o caso para Frei Jorge, que logo se interessou para celebrar uma Missa em sufrágio da alma do velho que há tempos vinha se lastimando ao pé da cruz. O leigo pediu perdão ao frade pelo que cometeu ao velho mendicante de esmolas. Depois da celebração da santa Missa, acabou-se para sempre as visões daquela cruz mal-assombrada, onde o povo via e ouvia as lamentações do velhinho. Os moradores também não chegaram mais a ouvir nada. No local se tornou um ponto de romaria do povo católico, que vinham de muito longe para pagar promessas que faziam com a alma do velho, que se tornou muito milagroso.

O GUAJARÁ.
Guajará ou Pai do Mangue, uma lenda viva em Itarema que habita nos mangues de Almofala. O Guajará é uma espécie de fantasma travesso, aparece sempre rapidamente; ou mesmo nem aparece; apenas uma sombra. Aliás, dizem que ainda hoje aparece. Segundo os pescadores se alguém sair para pescar no mangue e de repente ouvir barulhos estranhos, assobios, cantigas, som de machado cortando o mangue, bolas de fogo, etc., pode voltar que nesse dia não se pesca absolutamente nada e, se por acaso, alguém desobedecer as regras, além de não pescar nada o indivíduo volta pra casa com febre, cansado e com dores por todo o corpo, com se fosse açoitado pelos galhos de mangue que o Guajará carrega na mão.Para fazer boas pescarias e não ser atormentado pelo Guajará, é bom sempre levar um pouco de fumo e colocar nas raízes do mangue. Para alguns, o Guajará apresenta certa semelhança com o Saci e com o Caipora, duendes dos matos, apreciando-se, sobretudo, o espírito travesso, buliçoso, às vezes malévolo, com atitudes de assombramento. Para outros, como seu José de Fátima diretor do Museu de Itarema e guardião da memória, o Pai do Mangue (Guajará) se mostra como um velho de cabelos e barbas longas vestido com roupas velhas e rasgadas, pés descalços e com um cachimbo na mão. Há muito tempo atrás em Almofala, uma velha índia Tremembé chamada Tia Chica relatou o seguinte, “O Guajará mora nos mangues… uma vez eu estava pilando milho, quando senti a mão-de-pilão pesar na minha mão. Ai eu olhei pra fora e vi a sombra de um grande pássaro, me vi aperreada e gritei pela minha neta. Eu juro que aquele pássaro era o Guajará, em uma  de suas costumeiras traquinagens.”

LENDA DAS ÁGUAS DE ALMOFALA
Há muito tempo, vivia em Almofala uma jovem muito bela chamada Salúquia. Fascinados pela sua beleza, todos os que a conheciam satisfaziam os seus caprichos. Um dia, um jovem governador árabe veio chefiar aquela região. Pediu a todos obediência na organização da luta contra os cristãos. Todos baixaram as cabeças, exceto Salúquia, habituada a não obedecer e a ser obedecida. O governador, inteirando-se do estranho poder de Salúquia, disse-lhe que se não obedecesse seria castigada. Desafiadora, Salúquia respondeu que se ele ousasse castigá-la seria amaldiçoado. Perante o desafio, governador mandou que lhe dessem seis vergastadas. Passado algum tempo, o governador começou a padecer de dores estranhas que nem os melhores físicos conseguiam curar. Era a maldição de Salúquia que começava a fazer efeito.Salúquia, amargurada pelo castigo, andava pelos campos, vagueando sozinha. Num dos seus passeios, encontrou um cristão velho e ferido que lhe pediu ajuda. Temendo agir contra as ordens do governador, Salúquia recusou o pedido. Quando o cristão lhe perguntou se o governador era cruel, Salúquia surpreendeu-se a si própria ao dizer que era apenas justo. Foi então que o cristão lhe deu o recado do seu Deus: apesar de ter amaldiçoado, o governador Salúquia amava-o. Pelo seu lado, o governador também a amava e nunca a tinha esquecido. Se Salúquia o ajudasse, o Deus dos cristãos também a ajudaria a reparar o mal que tinha feito com a sua maldição. Assim, Salúquia levou-o a uma fonte próxima e verificou com espanto que as suas águas lhe saravam as feridas. Nesse momento, ia a passar o governador que os viu. As dores fortes que sentia interromperam as suas primeiras recriminações. Salúquia deu-lhe a beber a água da fonte e começou a chorar, dizendo-lhe que era capaz de dar a vida por ele. Curado das suas dores, o governador abraçou-a. O cristão desapareceu e Salúquia e o governador viveram felizes para sempre. Mais tarde, quando aquelas terras foram conquistadas pelos cristãos, foram ambos batizados. As águas de Almofala continuam ainda hoje, diz o povo, a manter os seus incríveis poderes curativos.

LENDA DO NAVIO FANTASMA
Dizem que por várias vezes e por muitos anos, tem sido visto, naquela praia, a altas oras da noite, um navio gigantesco, feericamente iluminado, numa visão realmente impressionante e deslumbrante. Várias pessoas já relataram que, entretanto, quando alguém tenta se aproximar do navio, este desaparece misteriosamente, para, alguns minutos depois, reaparecer, já muito distante, em alto mar.

A LENDA DO OLHO D’ÁGUA.
Contam os antigos indígenas de Almofala, que no Olho D’água no Morro do Paraibano, uma das lagoas situadas próximo à aldeia dos Tremembés. Um índio pescador e caçador chamado Areriguar gostava muito de pescar com pindaíba, mas os peixes da lagoa fugiam dele. Numa noite de luar estava Areriguar a pescar quando o peixe escapuliu depois de comer a isca. A noite foi avançando e o luar ficando alvo como a prata. O índio já ia ficando desanimado quando começou a ouvir umas vozes cantando, tão bonito que era de encantar, o índio olhou ao redor pra ver quem estava cantando. Numa ponta de pedra apareceu uma moça muito bonita, como se fosse um verdadeiro anjo do céu, cabelos loiros olhos azuis, e a pele branca e o corpo meio fora d’água e os cabelos espalhados como se fosse ouro. Areriguar ficou sobressaltado com aquela bela imagem linda que brilhava com os raios dourados do luar friento. Mas com muita coragem falou pra ela assim: “O que desejas alma penada?” A Mãe D’água sorriu para o índio e disse: “sou dona dessa lagoa e sempre em noites de lua clara apareço aqui para ver os moços que vem sempre se banham nestas águas cristalinas, mas ao me verem saem correndo com medo de mim. Jovens que escutam o meu canto, nunca mais voltam para banhar-se nesta lagoa, mas não tenha medo, pois vou te ensinar um ponto que tu podes pescar e pegar muitos peixes. Preste bem atenção no que vou lhe dizer agora. Quando eu mergulhar nas águas vem para esta pedra e lança a pindaíba ao pé da pedra que pegarás muitos peixes.” Naquele momento a Mãe D’água mergulhou deixou aquele pobre índio doido de paixão por aquela beleza que acabara de ver e ouvir sua voz encantadora.
Areriguar nadou até a ponta da pedra e lançou a pindaíba nas águas e pegou muito peixes. Ao voltar para casa, Areriguar não conta nada para seus pais e nem amigos, todas as noites saia para as margens da lagoa, ia sempre sozinho, pois queria conversar com a mãe d’água. Certa noite ele ouviu ao longe um cântico triste, como alguém que se despedia desse mundo. Ele andou em volta da lagoa, mas não conseguiu ver nada. Por fim Areriguar largou-se sobre as águas e nadou, nadou e nunca mais voltou à tribo onde morava com seus pais e toda a tribo choraram de saudade daquele índio bravo e corajoso.

 A LENDA DO ASSOVIADOR I.
Esta lenda é contada pelos índios que moram nas matas, do interior de Itarema. O povo indígena conta que o Assobiador é um fantasma, que tem a forma de uma pessoa e se veste com veste branca que balança sobre o vento. Seus pés são cobertos pela veste e fica sobrevoando no espaço, e só aparece nas noites de lua cheia e outras vezes em noites escuras, assombrando viajantes e namorados que vem da casa de suas namoradas em altas horas da noite, escutam de longe finos e fortes assovios. Era primavera mês de setembro e a noite estava clara, e a lua já pendia no firmamento e era quase meia noite. Clodoaldo um jovem forte e corajoso, vinha de voltando da casa de sua namorada, que ficava distante de sua residência meia légua. Ao deixar a estrada, ele entra por um caminho que levava até a sua casa. Adiante Clodoaldo ouviu um assovio bem perto e continuou. Adiante tornou a ouvir o assovio ainda mais perto. Clodoaldo pensou em assoviar e deu um assovio, arremedando o fantasma da noite. Mas o fantasma assobiador veio e deu um assovio bem ao pé do ouvido do rapaz que ele se assombrou e saiu correndo em busca de sua casa. Clodoaldo em desmedida carreira, muito assustado pode observar que aquele fantasma ia correndo atrás dele, pois suas vestes balançavam sobre o vento frio da meia noite. Por fim o moço chega em casa, chama seus pais e conta tudo o acontecido que viu no caminho de volta para casa.  Então os pais lhe disserem que jamais se pode arremedar o Assobiador, pois ele tem raiva e persegue todos aqueles que tentam lhe arremedar.

A LENDA DO ASSOVIADOR II.
Certa vez uma senhora tinha acabado de fazer umas tapiocas e beijus na casa de farinha de uma amiga, e colocou as tapiocas e os beijus sobre o telhado da casa de farinha para esfriar mais rápido. Quando se lembrou de tirar as tapiocas, já era quase dez horas da noite. Já deitada, a senhora se levantou e foi colher seus quitutes. Quando ela estava retirando as tapiocas do telhado, ouviu um assovio bem perto e ficou com muito medo, chamou o marido mas não foi correspondida e continuou a fazer o seu trabalha, quando ouviu mais um assovio bem perto da casa de farinha e mais uma vez a mulher se assombrou e disse uma mal palavra, desconjuranduo o Assobiador. Ao entrar em casa ela sentiu uma coisa lhe agarrando e lhe puxando para fora de casa. A mulher assustada com muito medo grita pelo seu marido que ouvindo os alaridos correu para salvar a esposa, chegando no terreiro da cozinha a encontrou caída desmaiada no chão. Depois de Algum tempo ela tornou e contou o que viu e ouviu ao marido que também ficou muito assustado.

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